quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Eu, minhas confusões e as palavras ao vento
É só um número, diriam os mais descrentes. Sim, é só um número. Amanhã, simplesmente por uma imposição gregoriana, nosso calendário recomeçará a contagem para o fim.
Na última noite do ano, ou pelo menos na última noite em que eu não iria esperar a meia-noite chegar, eu não consegui dormir. Tinha os olhos estalados no escuro e pensava em milhões de coisas que nem seria capaz de enumerar.
Meu último café da manhã do ano foi meio sanduíche de mortadela, dividido com minha colega que se lembrou de me trazer algo para comer, porque eu nunca trago.
A última manhã de trabalho do ano está sendo meio deprimente, vejo as pessoas esvaziando suas gavetas, dando abraços de despedida em mim, porque passaram quatro anos a serviço de um Vereador que não se reelegeu. Vão embora e me abraçam, mesmo sem ter me cumprimentado o ano inteiro. Firmamos um acordo tácito: eles pedem que eu esqueça sua desatenção, e eu fico com cara de pateta, sem saber o que dizer.
Amanhã era pra ser feriado e eu vou trabalhar. Já comprei vestido de gala para a cerimônia de posse dos Vereadores e da Prefeita.
Sexta-feira saio em férias e volto só no final de janeiro.
Eu lembrei que este foi um ano de grandes acontecimentos:
1. drama em família - parte 1
2. festa de aniversário de um ano do meu filhote
3. morte trágica de uma amiga e de seu filho
4. minha formatura (aleluias!)
5. drama em família - parte 2
6. lançamento do livro ANTOLÓGICOS
7. lançamento do livro 104 que contam
8. muitas participações na Feira do Livro de POA
9. portas fechadas na seleção para o Mestrado.
Analisando assim, superficialmente, 2008 começou mal e terminou mal. Mas eu não me importo. Porque, no final das contas, os fatos bons foram maioria. Conheci muita gente legal também.
E, bem, depois de tanto dizer, eu encerro solenemente dizendo
TCHAU.
P.S.: Bom ano-novo pra todo nós!
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Assombro
Ando mal-assombrada. Já não consigo dormir à noite e tenho medo de escuro, de novo.
Assombros
Affonso Romano de Sant'Anna
Às vezes, pequenos grandes terremotos
ocorrem do lado esquerdo do meu peito.Fora, não se dão conta os desatentos.
Entre a aorta e a omoplata rolam
alquebrados sentimentos.Entre as vértebras e as costelas
há vários esmagamentos.Os mais íntimos
já me viram remexendo escombros.
Em mim há algo imóvel e soterrado
em permanente assombro.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Cecília
Em tempos de espírito natalino, festas, correrias de final de ano:
É preciso não esquecer nada
É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.
É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.
O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.
O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.
(Cecília Meireles)
Eu quero me esquecer.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
O meu medo de subir na vida
Meu coração disparou, a tremedeira começou e eu fiquei gelada. Por mais que te digam que não vai faltar ar ali, foi a primeira impressão que eu tive, que ia ficar sem ar.
Bom, tremer não adiantava, desmaiar muito menos. E então, ao ouvir uma voz conhecida, chamei:
- Cris, é tu?
- Sou, daonde tá vindo essa voz?
- Chama alguém que eu estou trancada no elevador.
- Ah tá, não te preocupa que eu vou chamar. Vai dar tempo de tu curtir a festa de ano-novo.
Com amigos assim, a gente não esmorece, não é?
No final das contas, dois colegas abriram as portas do elevador com as mãos (como orientou a própria empresa) e me tiraram de lá sã e salva.
Ufa.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
a gente nunca sabe quando será a primeira vez, inclusive para uma frustração.
Eu nunca rodei na escola, nunca fiquei de recuperação, nem mesmo tirei uma nota vermelha em toda a minha vida. Passei nos dois vestibulares que fiz (UFRGS e UNISINOS), nunca tirei nota abaixo de oito na faculdade toda.
Aí, cheguei na seleção para o Mestrado e me disseram: NÃO!
Eu gostaria de saber os motivos, mas não divulgam.
Que seja. Vou refazer toda a minha lista de perspectivas para 2009, o que eu espero que seja bom.
E, como disse uma amiga: "Deixa estar, jacaré, que a lagoa há de secar e a gente ainda chega no topo da cadeia alimentar".
E era isso!
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
O Tio do táxi
Todos os dias, às sete horas da noite, quando saio aqui da Câmara, o tio do táxi leva o pessoal que sai até a parada do ônibus. Ele foi contratado pela Associação dos Funcionários da Câmara para fazer o serviço, porque o trajeto a pé é longo e perigoso nesse horário.
Todos os dias, às sete horas da noite, eu ouço a Rádio Gaúcha no táxi dele. Todos os dias dou muitas risadas com seu bom-humor.
Anteontem ele foi me contando que ontem (quinta) ele teria uma audiência no Fórum e que não nos levaria. Hoje (sexta) voltaria tudo normal.
Não voltou.
Cheguei ao serviço agora há pouco e me disseram que o Tio do táxi faleceu. Um infarto fulminante cessou-lhe a vida.
E eu estou aqui, pasma.
Nessas horas a gente lembra daqueles expressões que nos parecem tão idiotas: era a hora, não somos nada, você tem de dizer para as pessoas o quanto gosta delas, pois nunca sabe quando será a última vez.
Tio JB, dirija seu táxi até o infinito. Nós sentiremos sua falta, quando o relógio soar às sete horas, anunciando o fim do expediente.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Literatura: amores e horrores
Eu e os autores de ANTOLÓGICOS inauguramos um blog, que tem a proposta de unir nossa vontade de ler e escrever.
O blog será atualizado semanalmente, sempre com um texto de um de nós acerca de um livro que lemos.
Não deixem de conferir e comentar!
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Nem tudo é perfeito
Chega dezembro e eu vivo espraguejando os quase 40 graus que me fazem ficar suada, com a pressão baixa e com os pés inchados.
Eu gosto de frio.
E aí chega o inverno e eu vivo espraguejando a montoeira de roupas, os ossos gelados, e a cartela de remédios para sinusite, gripe, febre e tudo o mais que vier.
***
Às vezes eu tenho certeza de tudo, de que tudo está bem. Às vezes sinto falta de algumas coisas. E fico me culpando por não estar satisfeita.
Nem tudo é perfeito mesmo.
Droga.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Autógrafos em Caxias do Sul
A sessão de autógrafos de ANTOLÓGICOS, na Livraria Do Arco da Velha, em Caxias do Sul, estava belíssima, bem movimentada, contemplada com um lindo dia de sol.
Não posso deixar de registrar a ilustre presença do meu fã número 1! Augusto! Que quase colocou a livraria abaixo, mas nos fez dar boas risadas... (né, Karen? Lembra dele tamborilando os dedos na mesa de vidro?)
Marcelo, estou te devendo uma! Pode me cobrar!
Parece-me que esta foi a última das sessões de autógrafos de nosso livro. DESTE livro. Agora, pessoal, temos que colocar a mão na massa. Ou no papel. Ou no teclado. Sei lá.
Aos que nos prestigiaram em qualquer uma das sessões, meu sincero agradecimento!
E agradeço especialmente ao César, pela companhia em tooooooodas as sessões.
Arrivederci!