sexta-feira, 25 de março de 2011

Mais umas do meu guri

Eu te conheço?

- Quem é?
- Alô, filho? É a mãmãe! Que saudade! To no serviço mas já to indo pra casa, tá?
- Mamãe, antes eu atendi o telefone e era outra titia.
- Quem?
- Não sei!
- Tá, então escuta aqui: se tu atender o telefone, mas não conhecer a pessoa, tu não fala, tá? Passa o telefone pra Ana, ou pra quem estiver em casa.
- Mamãe, eu te conheço?

***

Literalidades

Chegando ao condomínio da casa de minha irmã, paramos no portão para identificar-nos. A porteira diz:

- Só um momentinho que eu vou pegar a placa do carro.
- Mamãe! Pra onde a titia vai levar a placa do nosso carro?

quinta-feira, 3 de março de 2011

(sem título)

Vejo-te
e faz-se em mim um instante suspenso
de ar rarefeito
de olhos atentos
Não vivo.

Passas
e as formas voltam a ter contorno
de café derramado
de luz refletida
Vivo.

Somente a espera me (co)move.

quarta-feira, 2 de março de 2011

De volta aos bancos escolares

Incrível.

Desde o ano passado, eu tenho me inscrito em diversos cursos, tentado fazer um milhão de atividades para atualizar o meu currículo, para me aprimorar, para não ficar parada. Só neste último período, dá pra contabilizar dois cursos de extensão, três cursos de especialização e por aí vai. Em todos os casos, a resposta foi "não há numero suficiente de alunos inscritos, devolveremos seu dinheiro".

Bom, semana passada, me inscrevi num curso de Literatura Hispânica. Adivinhem quantos inscritos no curso? Só eu. Para minha sorte, o curso, na verdade, é uma disciplina da Licenciatura em Espanhol da Unisinos e, então, por haver alunos matriculados para disciplina, vou poder - FI NAL MEN TE - estudar.

A matéria é fantástica, estou empolgadíssima.

Para além de tudo isso, me bateu um orgulho danado ao ouvir a professora - Mestre na área - falar no Poema de Mio Cid, em Cervantes, em Calderón de la Barca. Por quê? Porque eu já tinha ouvido sobre essa obra, sobre todos esses autores, sobre todo o contexto histórico que envolve a Espanha e a América entre os séculos X e XVIII. E ouvi de quem? De meu pai, um simples marceneiro uruguaio com o segundo grau completo, mas um homem riquíssimo em cultura e história, de quem tive a maior herança: o amor pelo estudo. (E que, diga-se de passagem, dá um banho de conhecimento em muito aluno formado que existe por aí).

E, em suma, estou feliz. Quase nada me deixa mais contente do que estudar.

Iéééééé!