quinta-feira, 30 de junho de 2005

Estado crítico

Alto nível de estresse amenizado por uma dose homeopática e ineficiente de chocolate, vontade de sair correndo, deixar pra trás estes fones que me oprimiem, esta tela que me escraviza, essas vozes que me confundem, e ir aos Alpes para me atirar de pára-quedas e cair, cair, cair, cair em cima de um colchão de neve, branco, macio, fofo, relaxante, em nada parecido com este dia quente de um inverno impostor que me deixa agitada, sem conseguir dormir, sem raciocinar, sem ordenar idéias, idéias, idéias, idéias, que não as tenho mais.

Trilha Sonora: Núcleo Base, do IRA!
Meu amor, eu sinto muito, muito, muito, mas vou indo. Pois é tarde, muito tarde e eu preciso ir embora...

quarta-feira, 29 de junho de 2005

Absorção


Você pergunta profunda
Eu resposta trivial
Mente e me toma
Acredito e me sumo.

Trilha sonora: Jorge Drexler.
esto que estás huyendo, ya no soy yo. es el eco, del eco, del eco, eternamente.

terça-feira, 28 de junho de 2005

Ao fim do dia

Boas notícias...
A reunião que acabou cedo.
Meu conto que será publicado numa antologia. (Na Feira do Livro de Porto Alegre!)
Férias de duas disciplinas da faculdade (falta ainda uma!)
Enfim, por hoje é isso.

Trilha Sonora: Um som mais pesadinho... BYOB, do System Of a Down.

quinta-feira, 23 de junho de 2005

Non c'è fumo senza arrosto.

O ser humano é, definitivamente, inconformado.

Quando se afoga no mar de instabilidade, anseia ardentemente pela terra firme. Ao chegar à praia, ainda que com os pulmões cheios de água salgada, ainda que com a pele queimada pelo sol, volta os olhos para o mar, desejando seu embalo.

Tudo está pontualmente correto em minha vida. Tudo. Tudo mesmo.

Mas há uma fumaça, uma neblina, um sinal de que algo está queimando dentro de mim.

E onde há fumaça, há fogo.

terça-feira, 21 de junho de 2005

Cansaço

Estou um pouco cansada.
Nobody said it was easy, diria o cantor.
É isso aí. Vamos em frente.


Trilha sonora: The scientist, Colplay.

segunda-feira, 20 de junho de 2005

Dupla personalidade (?)

"Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas,
Quanto mais personalidades eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersadamente atento,
Estiver, sentir, viver, for,
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora."

Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa)

sexta-feira, 17 de junho de 2005

Direto do túnel do tempo

Hoje andei por ruas onde há muito não pisava. Cada passo dado era o detonador de uma nova lembrança, trazida lá do fundo do inconsciente.

É quase impossível descrever a sensação de pisar novamente numa calçada que tem na sua história a marca dos meus muitos passos, ora tristes, ora cansados, ora felizes, ora agitados. E lá estive, sem conseguir conter o maremoto de lembranças que me veio à mente.

Lembrança dos tempos em que eu era mais insegura.
Lembrança dos tempos em que eu tinha muitos colegas-amigos.
Lembrança dos tempos em que eu era menos acadêmica e mais cultural.
Lembranças. De todo o tipo.

Reviver é inútil e impossível. Recordar é mais do que necessário. E seguir a vida em frente, o que me resta a fazer.

quarta-feira, 15 de junho de 2005

A fantasia é um mundo mágico. E a leitura, um dos meios de transporte mais interessantes para se chegar lá.

"Nós enxergamos tudo num espelho, obscuramente. Às vezes conseguimos espiar através do espelho e ter uma visão de como são as coisas do outro lado. Se conseguíssemos polir mais esse espelho, veríamos muito mais coisas. Porém não enxergaríamos mais a nós mesmos."
(Jostein Gaarder, em "Através do Espelho". É o livro que estou lendo, recomendo.)

Trilha Sonora:
Jorge Drexler - "Al otro lado del río."

terça-feira, 14 de junho de 2005

Teatro de palavras

As palavras têm caído na minha folha branca sempre com o mesmo penteado, e as linhas são tão paralelas e horizontais que a cada segundo confirmam o ciclo infindável do descaso proveniente da rotina.
Houve um dia nessa história em que confessei meu encantamento diante do convívio diário e obrigatório com as palavras, bater o cartão e depois usá-las, adequá-las, redefini-las e abandoná-las na prisão alva da qual nunca mais emergirão. Nem para serem contempladas levemente.
Sinto, por isso, não ter os vocábulos como amantes, a sedução à porta do interesse e o encontro eventual ocasionar o prazer mais intenso. Os verbos dicendi são muito insípidos e bem arrumados, gosto mesmo é dos verbos de ação, que me desconcertam com sua semântica rebelde e com seu piscar atrevido.
Tudo hoje está muito harmoniosamente organizado, sujeito-predicado-complemento, mas a estabilidade desse processo causa uma sede infinita de convulsão. Os personagens da vida real não pulam amarelinha se convidados, nem perdoam no final da história os que cometem erros. Já os seres imaginários te convidam para andar de cabeça para baixo e conhecer outros mundos, sem regras da ABNT nem roteiros de leitura.
A hora já está chegando. Esperem por mim, mais dois minutos e partirei rumo à redescoberta da Catarata das Idéias que se esqueceu de me pedir para livrá-la da rotina esmagadora das teclas já definidas.

segunda-feira, 13 de junho de 2005

Síntese

Sábado de ótimas gargalhadas.
Domingo de muitos passeios.
Segunda de muita chuva.

(Por que tudo tem que terminar assim?)

Trilha Sonora: "Bom futuro", de Nei Lisboa.

sexta-feira, 10 de junho de 2005

Amanheceu


Hoje tive de ver o sol nascer através de uma sala sem janelas. Não sei precisar se aurora está avermelhada, ou alaranjada, mas sei que lá está, derramando-se sobre tudo e sobre todos.

Ainda que oculta, ou subentendida.

O cotidiano é uma sala sem janelas. Mas o amor está lá.

Ainda que oculto, ou subentendido.