terça-feira, 30 de agosto de 2005

Há dias em que não vejo a hora de chegarem os minutos de longos segundos ao seu lado...

Trilha sonora: 3X4 - Engenheiros do Hawaii "Somos o que há de melhor, somos o que dá pra fazer, o que não dá pra evitar e não se pode esconder..."

terça-feira, 23 de agosto de 2005

Palavra

PALAVRA
A palavra pela palavra
Não conserta, disserta
Não acerta o ponto
Não aponta o erro
Mas encerra o caso
Palavra que eu tive medo, raiva, fome
Desenredo estranho
Quem sabe foi um sonho
História de mau gosto
Decerto sou mais louco
Posto que não abro mão
Privilégio de não ser, são
São tantos que acreditam em Papai Noel
A palavra sobre o papel
Palavra que não adianta
Palavra quando não canta, não olha, não molha
Não faz brotar

Nei Lisboa, álbum Noves Fora

quinta-feira, 18 de agosto de 2005

Chega de medir alturas antes de cair

Começo com essa frase do Nei Lisboa...
Chega de medir alturas antes de cair.
Nós nos medimos demais, o tempo todo: o quanto vou gastar, o quanto vou economizar, quantos dias até o fim de semana, quanto tempo perderei no trânsito, o quanto eu agrado aquela pessoa, quantos amigos eu tenho, quanto dinheiro me falta, quantos quilos engordei, quantos gramas emagreci, quantos livros li neste mês, quantos, quantos, quantos.
Sem essa de que o que importa é a qualidade. Estou falando aqui de intensidade: talvez sejam sensações complementares, mas me parece que viver intensamente é muito mais profundo do que ter uma vida qualitativa.
Então, hoje eu não contarei quantos palmos tem a queda. Muito mais do que cair, vou mergulhar, intensa, profunda e livremente, esquecer dos problemas e sonhar...

terça-feira, 16 de agosto de 2005

Clara olha para o oceano e não consegue aquietar as dúvidas que estão em seu peito. Tenta absorver todo o ar do mundo, como se pudesse inflar sua alma e deixar-se levar, delicadamente, pelo vento. Entretanto, seus pés afundam cada vez mais na areia movediça do limbo em que se encontra, a letargia que a invadiu consome-a, corrói suas entranhas e, a cada minuto que passa, impossibilita-a de tomar uma decisão.
E de tanto duvidar, Clara não pôde mais ter para si a imensidão. Umedeceu sua terra firme e desmanchou-se, imersa em sua própria perplexidade.

Trilha Sonora: Engenheiros do Hawaii.
"Quem duvida da vida tem culpa, quem evita a dúvida também tem."

sexta-feira, 12 de agosto de 2005

Eu, imersa num deserto árido de silêncio.

quinta-feira, 11 de agosto de 2005

Cuidado

Os ânimos andaram acirrados em quase todos os lugares que freqüentei hoje...
É melhor eu me esconder, antes que sobre pra mim. Fuuuuuui.

Trilha Sonora: uma música bem calminha, tá todo mundo precisando, hehe.

segunda-feira, 8 de agosto de 2005

Nos últimos meses, visitei muitas pessoas em hospitais, principalmente parentes... Estou tão tomada por esse ambiente que até meus contos já estão cheirando a formol.
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Tenho novos planos, mas estou cautelosa quanto a isso: uma pequena e significativa mudança de curso na faculdade, que me possibilitaria um amplo espaço de atuação. Mas por enquanto são só idéias....
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Finalmente um dia de concentração... Eu andava muito dispersa, interior, imaginária. Hoje coloquei muitas das minhas pendências em ordem.
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Estou pacata e feliz. Assim, meio quieta, sem muitos comentários, mas estou bem. E é só.

Trilha Sonora: Lô Borges, Clube da Esquina nº 2.

quinta-feira, 4 de agosto de 2005

Os dias têm passado muito rápido, os meses escorrem por entre os dedos como areia fina e resta pouca coisa a olhar de resultados significativos... Frear e pensar é necessário: olhar para os lados, dar um sorriso amigável, dizer um oooooi profundo e não-automático, saborear a presença das pessoas, valorizar os minutos de conversa... Muita coisa perdemos nessa correria, que usamos como desculpa para nos resguardarmos de sensações intensas...

Trilha Sonora:

Por Onde Andei
Nando Reis
Composição: Nando Reis

Desculpe estou um pouco atrasado
Mas espero que ainda dê tempo
De dizer que andei errado e eu entendo
As suas queixas tão justificáveis
E a falta que eu fiz nessa semana
Coisas que pareceriam óbvias até pr'uma criança
Por onde andei enquanto você me procurava
Será que eu sei que você é mesmo tudo aquilo que me faltava

Amor eu sinto a sua falta
E a falta é a morte da esperança
Como um dia que roubaram seu carro
Deixou uma lembrança
Que a vida é mesmo coisa muito frágil
Uma bobagem uma irrelevância
Diante da eternidade do amor de quem se ama
Por onde andei enquanto você me procurava
E o que eu te dei foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei algumas roupas penduradas
Será que eu sei que você é mesmo tudo aquilo que me faltava

quarta-feira, 3 de agosto de 2005

Estou um tanto inerte hoje, sensações mornas, as mãos abertas e uma interrogação saliente na face.

Trilha sonora: muitas músicas... uma forma de completar minhas lacunas neste dia de intenso calor, em pleno inverno.

segunda-feira, 1 de agosto de 2005

fim de semana paradoxal

(a depressão da sexta-feira foi um pressentimento...)

Sábado, três horas da madrugada, uma cesariana, um choro calado, um coração que não bateu...
Assim começou o meu fim de semana, com a triste notícia de que Gabriela, minha tão esperada sobrinha, era uma natimorta. Tristeza geral por estes lados de cá...
Mas, ao mesmo tempo, neste dia tão fatídico, era o aniversário de um ano do meu sobrinho-afilhado, Enrico, que eu amo tanto tanto... Linda festa, ele mais lindo ainda, um consolo para um dia tão triste. Foi muito bom vê-lo brincando, afundando na pisicna de bolinhas, quem disse que alguém tirava ele de lá? Um amor ele. Super comportado, não chorou, tirou muitas fotos, foi a alegria da festa.
O difícil para mim foi lidar com sentimentos tão contraditórios: ao rever as fotos do nascimento de meu sobrinho, lembrei-me a todo instante daquela menina que não teve a oportunidade de abrir os olhos e chorar, como o meu afilhado teve... No mesmo dia, comemorei um nascimento feliz e chorei outro nascimento trágico.
No domingo eu conheci a Gabriela, toda perfeitinha, o nariz igual ao do pai, os dedinhos, as unhas, tudo certinho... Um injustiça vê-la assim, os olhos fechados, o coração silente, o ar que não entrava pelas narinas... Pior ainda foi ver que a roupinha que eu comprara para ela no início da gravidez estava ali,vestindo aquele corpinho sem vida... Isso doeu muito... Mas ela descansa em paz agora, na companhia de Deus. Cumpriu sua missão de fazer seus pais felizes, ainda que por pouco tempo.
Recebi mensagens de amigos, palavras de apoio, o que me ajudou muito a enfrentar esse domingo horrendo. Resta-me agora dar meu apoio aos pais da Gabriela para que superem tanta tristeza.
...

Hoje, segunda-feira, estou um pouco mais conformada. A rotina é implacável mesmo, não perdoa nada, e eu cá estou novamente, entre fones, fitas e atas. E vamos em frente.

Trilha Sonora: cd da Cássia Eller (valeu, Fê...)