(a depressão da sexta-feira foi um pressentimento...)
Sábado, três horas da madrugada, uma cesariana, um choro calado, um coração que não bateu...
Assim começou o meu fim de semana, com a triste notícia de que Gabriela, minha tão esperada sobrinha, era uma natimorta. Tristeza geral por estes lados de cá...
Mas, ao mesmo tempo, neste dia tão fatídico, era o aniversário de um ano do meu sobrinho-afilhado, Enrico, que eu amo tanto tanto... Linda festa, ele mais lindo ainda, um consolo para um dia tão triste. Foi muito bom vê-lo brincando, afundando na pisicna de bolinhas, quem disse que alguém tirava ele de lá? Um amor ele. Super comportado, não chorou, tirou muitas fotos, foi a alegria da festa.
O difícil para mim foi lidar com sentimentos tão contraditórios: ao rever as fotos do nascimento de meu sobrinho, lembrei-me a todo instante daquela menina que não teve a oportunidade de abrir os olhos e chorar, como o meu afilhado teve... No mesmo dia, comemorei um nascimento feliz e chorei outro nascimento trágico.
No domingo eu conheci a Gabriela, toda perfeitinha, o nariz igual ao do pai, os dedinhos, as unhas, tudo certinho... Um injustiça vê-la assim, os olhos fechados, o coração silente, o ar que não entrava pelas narinas... Pior ainda foi ver que a roupinha que eu comprara para ela no início da gravidez estava ali,vestindo aquele corpinho sem vida... Isso doeu muito... Mas ela descansa em paz agora, na companhia de Deus. Cumpriu sua missão de fazer seus pais felizes, ainda que por pouco tempo.
Recebi mensagens de amigos, palavras de apoio, o que me ajudou muito a enfrentar esse domingo horrendo. Resta-me agora dar meu apoio aos pais da Gabriela para que superem tanta tristeza.
...
Hoje, segunda-feira, estou um pouco mais conformada. A rotina é implacável mesmo, não perdoa nada, e eu cá estou novamente, entre fones, fitas e atas. E vamos em frente.
Trilha Sonora: cd da Cássia Eller (valeu, Fê...)
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