segunda-feira, 24 de maio de 2010

Marca d'água

Há dias em que me sinto diluída, como as palavras de um texto colocadas em marca d'água.

Como hoje, por exemplo.

sábado, 22 de maio de 2010

As meninas de dez anos

Ontem eu vi, no ônibus, um diálogo entre duas meninas de uns dez anos, mais ou menos assim:

- Guria, que tu achou da novela nova?
- Ah, não vi ainda.
- Pois é, eu vi e o que mais adorei foram os homens!

Eu pasmei.
Quando eu tinha dez anos de idade, brincava de bonecas. E meu pai me dizia que eu chegaria a uma idade em que deixaria de gostar das bonecas e passaria a gostar dos bonecos. Eu corava, ficava com vergonha quando ele dizia isso.

Os tempos mudaram, ok. Pareço minha vó dizendo "no meu tempo era assim". Mas ver aquela guriazinha falando aquilo com tanta naturalidade me causou estranhamento.

Será que tanta liberdade é realmente bom?

Eu tenho minhas dúvidas. E são muitas.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Todo mundo sabe

Todo mundo sabe" é a invocação do clichê e o início da banalização da experiência, e a seriedade e o tom de autoridade que as pessoas adotam ao repetir esse clichê é o que é mais insuportável. O que sabemos é que, ao contrário do que diz o clichê, ninguém sabe nada. Não se pode saber nada. As coisas que você sabe, você não sabe. Intenção? Motivo? Consequência? Significado? É surpreendente, quantas coisas desconhecemos. Mais surpreendente ainda é o que passa por conhecimento. (pág. 266)


Este é um trecho do livro "A marca humana", do escritor americano Philip Roth. Um livro excelente, que desmitificou minha visão sobre os americanos e sobre o próprio ser humano.

Não nos deixemos levar pelo senso comum. Usar como argumento de autoridade uma voz coletiva é muito fácil, mas nem sempre seguro.

Recomendo a leitura.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Instantes

Ponto entre muitas longitudes
Gota à espera da queda
Folha que se rompe do galho,
durante o vendaval

Essa sou eu.

Vivendo instantes que não existem,
mas que se presumem.