terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Assombro

Eu acho que já postei este poema, mas é tão pertinente.

Ando mal-assombrada. Já não consigo dormir à noite e tenho medo de escuro, de novo.

Assombros

Affonso Romano de Sant'Anna


Às vezes, pequenos grandes terremotos
ocorrem do lado esquerdo do meu peito.

Fora, não se dão conta os desatentos.

Entre a aorta e a omoplata rolam
alquebrados sentimentos.

Entre as vértebras e as costelas
há vários esmagamentos.

Os mais íntimos
já me viram remexendo escombros.
Em mim há algo imóvel e soterrado
em permanente assombro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa, adoro o Affonso, essa selação dos poemas do teu blog, uau, ótimaaaa! temos, tbm , muitas afinidades poéticas.
ah, sempre bom passar por aqui e ler coisas tão boas!
beijocas,Lisi