Ver todos os sorrisos possíveis escoando em cor vermelho sangue, pelo ralo, a deixou perplexa.
E com um pouquinho de dor na cabeça, um pouquinho de dor na alma e um pouquinho de medo do escuro.
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Ninhos
Para Álvaro Azambuya
Com madeira e pregos
Ele fez um ninho.
Ninho de palavras
na casa de um poeta.
Lá, o poeta guardava, alinhados,
os livros que escrevia
E os que os outros escreviam também.
Muitos ninhos
o marceneiro produzira
em cinqüenta anos de profissão.
Não tinha pretensão de divindade,
mas foi do pó que criou seus filhos.
E, numa dessas voltas redondas que
o mundo insiste
A
quis dar uma de escritora!
E plaft!
foi parar no ninho
da casa do poeta
que o pai, marceneiro, havia feito.
O pai fizera um ninho
para as palavras da filha.
Sem saber.
Haveria personagem melhor
para ser o elo
desta história?
***
Não dá pra ficar sem explicar, porque é uma situação que me comoveu imensamente.
Meu pai é marceneiro, e foi ele quem fez as estantes de livros da casa do Fabrício Carpinejar.
Ontem, na Sessão de Autógrafos de ANTOLÓGICOS, tive a oportunidade de dizer-lhe isto: o sobrenome AZAMBUYA estaria duas vezes na sua estante: primeiro, pelas minhas palavras no livro e, segundo, pela estante que as acomodará...
Não é uma história comovente mesmo?
Pai, tenho muito orgulho de ti. Das tuas mãos calejadas e também de conheceres literatura universal e discutir comigo autores que muitos dos meus colegas diplomados sequer ouviram falar.
Aqui, a minha homenagem pra ti.
***
A Sessão de autógrafos de ANTOLÓGICOS foi um SUCESSO! Gente, nós ficamos duas horas autografando sem parar, havia fila imensa!
Eu estou muito feliz!!!!! E que venham mais momentos como esse!
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Mais Antológicos
Sábado, ao meio dia, foi ao ar entrevista nossa, concedida à Rádio Unisinos, no programa "Escrita Fina", apresentado por Fabrício Carpinejar.
SU-CES-SO!
***
Matérias estão saindo em vários Jornais! Vale dos Sinos, Clic RBS, etc. Seguem os links.
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2140546.xml&template=3898.dwt&edition=10554§ion=999
http://www.ziptop.com.br/vp/jornalvs/
http://www.momentoregional.com.br
SU-CES-SO!
***
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To devendo (1)
- Alô?
- Tere, falaí.
- Alô? Humberto Gessinger???? Oiiiiiiiiiiii! Bah, sou tua fã, admiro muito teu trabalho, não pude estar aí no Studio Clio, mas te deixo meus parabéns, viu?
- Obrigado, obrigado, valeu.
- Tchau.
(Valeu, Rafa, me fazer falar com o Humberto Gessinger justo quando eu estava enfiando o pé dentro de um ônibus lotado foi o melhor presente de amigo, viu???)
- Tere, falaí.
- Alô? Humberto Gessinger???? Oiiiiiiiiiiii! Bah, sou tua fã, admiro muito teu trabalho, não pude estar aí no Studio Clio, mas te deixo meus parabéns, viu?
- Obrigado, obrigado, valeu.
- Tchau.
(Valeu, Rafa, me fazer falar com o Humberto Gessinger justo quando eu estava enfiando o pé dentro de um ônibus lotado foi o melhor presente de amigo, viu???)
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Um explicação
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Teoria da atração (nome provisório)
No ano passado, eu estava lendo um livro do Mário Quintana, quando, em um dos seus poemas, constava um verso em inglês. Fui pesquisar no Google, acabei descobrindo que o autor daquele verso era de John Keats. Dois dias depois, eu havia esquecido o episódio, e estava lendo um outro livro teórico, para meu trabalho de conclusão, nada a ver com Mário Quintana. Pois não é que encontro, no mesmo livro, um capítulo inteiro sobre John Keats?
***
Ontem eu conversava com uma colega de serviço, assunto trivial, nada a ver. Ela me contou um fato ocorrido perto da casa de seu namorado, na rua da Matriz, descendo ali aquela lomba e pá pá pá. Aí, comentei que eu tinha uma ex-colega, do tempo de Magistério, que morava bem ali, mas que fazia mais de cinco anos que não a via. Pois não é que hoje, ao meio-dia, enquanto eu ia comprar os ingressos pro teatro, encontrei a tal da guria?
***
Nunca aconteceu com você ter ouvido ou lido uma palavra nova e, um ou dois dias depois, ver essa palavra estampada num outro lugar?
Pra tudo isso, deve haver uma explicação. Por enquanto, nomino de teoria da atração.
Aceito sugestões.
***
Ontem eu conversava com uma colega de serviço, assunto trivial, nada a ver. Ela me contou um fato ocorrido perto da casa de seu namorado, na rua da Matriz, descendo ali aquela lomba e pá pá pá. Aí, comentei que eu tinha uma ex-colega, do tempo de Magistério, que morava bem ali, mas que fazia mais de cinco anos que não a via. Pois não é que hoje, ao meio-dia, enquanto eu ia comprar os ingressos pro teatro, encontrei a tal da guria?
***
Nunca aconteceu com você ter ouvido ou lido uma palavra nova e, um ou dois dias depois, ver essa palavra estampada num outro lugar?
Pra tudo isso, deve haver uma explicação. Por enquanto, nomino de teoria da atração.
Aceito sugestões.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Pra saber de verdade
Eu poderia perguntar, simplesmente, como está você. Mas isso é pouco e genérico demais.
Então, pra saber de verdade, prefiro estender as indagações.
Você sorriu quando se olhou no espelho hoje?
Quantos degraus subiu ou desceu?
Esbarrou nalgum móvel?
Você não esqueceu de nada ao sair de casa? (se saiu)
Quantas vezes arrumou o cabelo despenteado pelo vento?
Cumprimentou alguém que não conhecia?
Comeu sobremesa no almoço?
Tropeçou alguma vez?
Suspirou fundo olhando pro céu?
Me diga, vá, quantas vezes mordeu o lábio inferior?
Não, não é um interrogatório. É apenas a vontade de ser uma voz diferente daquelas tantas outras com quem todo mundo se depara durante um dia inteiro. É apenas o desejo de não ser mais um, no seu dia tão repleto de tanta coisa.
É, apenas.
Então, pra saber de verdade, prefiro estender as indagações.
Você sorriu quando se olhou no espelho hoje?
Quantos degraus subiu ou desceu?
Esbarrou nalgum móvel?
Você não esqueceu de nada ao sair de casa? (se saiu)
Quantas vezes arrumou o cabelo despenteado pelo vento?
Cumprimentou alguém que não conhecia?
Comeu sobremesa no almoço?
Tropeçou alguma vez?
Suspirou fundo olhando pro céu?
Me diga, vá, quantas vezes mordeu o lábio inferior?
Não, não é um interrogatório. É apenas a vontade de ser uma voz diferente daquelas tantas outras com quem todo mundo se depara durante um dia inteiro. É apenas o desejo de não ser mais um, no seu dia tão repleto de tanta coisa.
É, apenas.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
O tempo não pára
Até ontem, ele era uma pessoinha dentro da minha barriga, que me chutava as costelas.
Pois hoje, quando tirei ele do berço, ele foi em direção ao sofá, escalou-o sozinho, sentou-se bem confortavelmente e me disse:
-Mamãe, bolo!
E eu, boquiaberta, sorri e fui lá buscar o bolo que eu tinha feito praquele toco de gente.
Pois hoje, quando tirei ele do berço, ele foi em direção ao sofá, escalou-o sozinho, sentou-se bem confortavelmente e me disse:
-Mamãe, bolo!
E eu, boquiaberta, sorri e fui lá buscar o bolo que eu tinha feito praquele toco de gente.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Vi
Quadros de bibicleta são perfeitos para se pintar, a óleo, o retrato dos que andam a esmo.
A frase veio antes da cena.
Era sol de meio dia, quando muitos como eu injetavam seus olhos no chão, entre passos largos, e espraguejavam o número de blusões postos pela manhã.
Sob o mesmo calor, o menino de olhinhos pretos, tão escuros quanto sua esperança no futuro, retratava quadro a quadro o passarinho na árvore, o carro veloz passando a seu lado na avenida, a moça bonita e alta de óculos escuros, as costas largas de seu pai, o vento barulhento.
Vez em quando, a sacola a seu lado farfalhava, e a sua visão era ocultada pelo ramo de beterraba que se estendia à sua frente.
O menino estava na garupa da bicicleta. A garupa era uma caixa de verduras. E o menino era franzino e cabia dentro da caixa, entre as sacolas de verduras de seu pai, que ia pedalando sofrivelmente lomba acima.
Os olhinhos franzinos saltavam entre os ramos das beterrabas. E tomavam para dentro de si o mundo inteiro.
A frase veio antes da cena.
Era sol de meio dia, quando muitos como eu injetavam seus olhos no chão, entre passos largos, e espraguejavam o número de blusões postos pela manhã.
Sob o mesmo calor, o menino de olhinhos pretos, tão escuros quanto sua esperança no futuro, retratava quadro a quadro o passarinho na árvore, o carro veloz passando a seu lado na avenida, a moça bonita e alta de óculos escuros, as costas largas de seu pai, o vento barulhento.
Vez em quando, a sacola a seu lado farfalhava, e a sua visão era ocultada pelo ramo de beterraba que se estendia à sua frente.
O menino estava na garupa da bicicleta. A garupa era uma caixa de verduras. E o menino era franzino e cabia dentro da caixa, entre as sacolas de verduras de seu pai, que ia pedalando sofrivelmente lomba acima.
Os olhinhos franzinos saltavam entre os ramos das beterrabas. E tomavam para dentro de si o mundo inteiro.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
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