Estou sendo até meio repetitiva, ou posto música, ou posto algo sobre o menino dos meus olhos. Mas essa está merecendo:
Encontro-me num período de revisão, em todos os sentidos. Mas, principalmente, tenho feito, neste final de semestre, muitos trabalhos de Revisão Linguística.
Pois bem, era domingo à tarde e eu estava no PC, lendo mais uma tese de mestrado. E o Augusto quietinho, quietinho. Geralmente, criança quando está quietinha está fazendo arte. Daí, perguntei:
- Que tá fazendo, filho?
- Procurando uma palavrinha pra ti, mamãe!
Quando eu olhei, o guri estava sentado no sofá e tinha pegado da minha estante um dicionário. E me disse, lamentando:
- Eu não to achando o T, mamãe! O T de tu!
(Na verdade, ele não sabe que "tu" se escreve com T. Sabe que o T é de Teresa, e por isso ele me diz "o T de tu")
Eu, como toda mãe boba, me comovi. E de todas e tantas as palavras com as quais convivo, não achei uma única que expressasse meu orgulho, por ter um gurizinho de três aninhos que já procura no dicionário palavrinhas pra mamãe.
terça-feira, 22 de junho de 2010
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Homenagem a Saramago
Presto aqui minha homenagem a José Saramago, o maior escritor contemporâneo em língua portuguesa, que faleceu hoje.
Foi um grande gênio da literatura, um grande escritor, e deixará, sem sombra de dúvida, um legado imortal.
E ficará, sempre em destaque, na minha estante.
Foi um grande gênio da literatura, um grande escritor, e deixará, sem sombra de dúvida, um legado imortal.
E ficará, sempre em destaque, na minha estante.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Astronauta lírico
Só mesmo uma música como essa poderia aliviar este dia tão conturbado, difícil, exaustivo que está sendo hoje.
Astronauta Lírico
Vitor Ramil
Composição: Vitor Ramil
Vou viajar contigo essa noite
Conhecer a cidade magnífica
Velha cidade supernova
Vagando no teu passo sideral
Quero alcançar a cúpula mais alta
Avistar da torre a via-láctea
Sumir ao negro das colunas
Resplandecer em lâmpadas de gás
Eu, astronauta lírico em terra
Indo a teu lado, leve, pensativo
A lua que ao te ver parece grata
Me aceita com a forma de um sorriso
Eu, astronauta lírico em terra
Indo a teu lado, leve, pensativo
Quero perder o medo da poesia
Encontrar a métrica e a lágrima
Onde os caminhos se bifurcam
Flanando na miragem de um jardim
Quero sentir o vento das esquinas
Circulando a calma do meu íntimo
Entre a poeira das palavras
Subir na tua voz em espiral
Eu, astronauta lírico em terra
Indo a teu lado, leve, pensativo
A lua que ao te ver parece grata
Me aceita com a forma de um sorriso
Eu, astronauta lírico em terra
Indo a teu lado, leve, pensativo
Vou viajar contigo essa noite
Inventar a cidade magnífica
Desesperar que o dia nasça
Levado em teu abraço sideral
Eu, astronauta lírico em terra
Indo a teu lado, leve, pensativo.
Astronauta Lírico
Vitor Ramil
Composição: Vitor Ramil
Vou viajar contigo essa noite
Conhecer a cidade magnífica
Velha cidade supernova
Vagando no teu passo sideral
Quero alcançar a cúpula mais alta
Avistar da torre a via-láctea
Sumir ao negro das colunas
Resplandecer em lâmpadas de gás
Eu, astronauta lírico em terra
Indo a teu lado, leve, pensativo
A lua que ao te ver parece grata
Me aceita com a forma de um sorriso
Eu, astronauta lírico em terra
Indo a teu lado, leve, pensativo
Quero perder o medo da poesia
Encontrar a métrica e a lágrima
Onde os caminhos se bifurcam
Flanando na miragem de um jardim
Quero sentir o vento das esquinas
Circulando a calma do meu íntimo
Entre a poeira das palavras
Subir na tua voz em espiral
Eu, astronauta lírico em terra
Indo a teu lado, leve, pensativo
A lua que ao te ver parece grata
Me aceita com a forma de um sorriso
Eu, astronauta lírico em terra
Indo a teu lado, leve, pensativo
Vou viajar contigo essa noite
Inventar a cidade magnífica
Desesperar que o dia nasça
Levado em teu abraço sideral
Eu, astronauta lírico em terra
Indo a teu lado, leve, pensativo.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
O lanche
Era para ser um lanche rápido, a preguiça tomando conta no domingo à noite.
Nomeei o menino:
- Tu serás meu ajudante! Não consigo fazer torradas sozinha!
E ensinar a arte de passar a manteiga no pão foi um momento sagrado: minha mão segurando a dele, que apertava com força a "faca perigosa".
Depois, veio a explicação sobre as cores das luzes: a vermelha indica que a torradeira está ligada, a verde sinaliza que está pronto. Uma cadeira serviu de apoio. Sem ela, como enxergar sobre a mesa?
O ajudante subiu, primeiro de joelhos, depois de pé. Ficou incumbido de cuidar as luzes e de me avisar quando tudo estivesse pronto. A mim, coube medir a luzinha de seus olhos brilhando, atentos. E também envovê-lo em um abraço, para evitar desequilíbrio e tombo.
A fome, em qualquer outra situação, ensejaria pressa. O estômago apreensivo discutia com o coração aconchegado. Eu não queria que aquela torrada ficasse pronta nunca. Queria eternizar aquele abraço de olhos, luzes, manteiga e amor.
- Mamãe! Acendeu! Olha! Tá pronto!
O queijo estava derretido, assim como eu. Mas me recompus:
- Se está pronto, então vamos comer!
Nomeei o menino:
- Tu serás meu ajudante! Não consigo fazer torradas sozinha!
E ensinar a arte de passar a manteiga no pão foi um momento sagrado: minha mão segurando a dele, que apertava com força a "faca perigosa".
Depois, veio a explicação sobre as cores das luzes: a vermelha indica que a torradeira está ligada, a verde sinaliza que está pronto. Uma cadeira serviu de apoio. Sem ela, como enxergar sobre a mesa?
O ajudante subiu, primeiro de joelhos, depois de pé. Ficou incumbido de cuidar as luzes e de me avisar quando tudo estivesse pronto. A mim, coube medir a luzinha de seus olhos brilhando, atentos. E também envovê-lo em um abraço, para evitar desequilíbrio e tombo.
A fome, em qualquer outra situação, ensejaria pressa. O estômago apreensivo discutia com o coração aconchegado. Eu não queria que aquela torrada ficasse pronta nunca. Queria eternizar aquele abraço de olhos, luzes, manteiga e amor.
- Mamãe! Acendeu! Olha! Tá pronto!
O queijo estava derretido, assim como eu. Mas me recompus:
- Se está pronto, então vamos comer!
Tempos modernos
Na parada de ônibus:
O guri, de uns cinco anos, xingou o carroceiro que passava:
- Ô seu %&¨@$%&!
A mãe sentenciou:
- Cala a boca, guri! Sabia que eu posso levar um processo por tu estar xingando os outros na rua?
***
A pergunta que não quer calar: o guri sabe o que é processo?
Eu sempre achei que informação demais, principalmente na educação dos filhos, pode se tornar um problema.
Estou praticamente convencida.
O guri, de uns cinco anos, xingou o carroceiro que passava:
- Ô seu %&¨@$%&!
A mãe sentenciou:
- Cala a boca, guri! Sabia que eu posso levar um processo por tu estar xingando os outros na rua?
***
A pergunta que não quer calar: o guri sabe o que é processo?
Eu sempre achei que informação demais, principalmente na educação dos filhos, pode se tornar um problema.
Estou praticamente convencida.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Pra frente, Brasil
Levei o tempo de três garfadas para perceber o garçom sorridente ao meu lado, esperando para anotar qual bebida eu escolheria. Levantei a cabeça levando o guardanapo à boca e olhei-o. Um chapéu estilo cowboy, nas cores verde-amarelo, selava o visual "preparado para a torcida". O avental verde e a camisa amarela eram outros itens do modelo.
Dispensei o suco de manga e o de clorofila (sugestão do menu, pra combinar com as cores da copa, com a justificativa de, além de tudo, ser supersaudável). Isso era demais para meus olhos. "Me dá uma coca-cola", foi o que eu disse.
E então, notei que tudo à minha volta estava fosforescendo. Desde as unhas de uma ou outra garçonete, até as bandeiras dependuradas desde o teto. Nesse ponto, nem sei se eu devaneei ou se foi real mesmo, ouvi, ao longe, o toque de um celular "pra frente Brasil, salve a seleção".
Retomei meu almoço.
E fiquei pensando que é muito legal mesmo se preparar para torcer pelo Brasil. Lembrei-me das criancinhas subindo no ônibus que eu pego para ir ao serviço: as gurias com rabicó verde-amarelo, os guris com a mochila do Brasil e o símbolo do Inter ou do Grêmio nas cores da seleção canarinho (a paz entre as torcidas é fato nessa época pré-copa). Recordei também o Mundial de 1994, quando eu ia, escondida da minha mãe, às bancas em frente ao colégio para comprar fitinhas, lacinhos, figurinhas, qualquer que fosse o penduricalho relacionado à equipe brasileira de futebol.
Legal isso, legal mesmo.
Mas agora, que sou adulta, um pouco mais responsável, ajuizada e chata, eu parei o meu almoço para pensar que esse espírito verde-amarelo que paira sobre todos deveria permanecer após o término da Copa. Todos hão de concordar comigo nessa ideia. Mas quem terá coragem de aderir?
Depois da Copa do Mundo, vêm as eleições. Sugiro trocar a bandeira de seu candidato por uma do Brasil. Tá bom, exagerei. Então, quem sabe, carregá-la junto à bandeira de seu candidato? Ir fardado de verde-amarelo à seção de votação? Que tal?
Tudo bem, tudo bem, é só uma sugestão.
***
Mas que seria interessante, seria.
Dispensei o suco de manga e o de clorofila (sugestão do menu, pra combinar com as cores da copa, com a justificativa de, além de tudo, ser supersaudável). Isso era demais para meus olhos. "Me dá uma coca-cola", foi o que eu disse.
E então, notei que tudo à minha volta estava fosforescendo. Desde as unhas de uma ou outra garçonete, até as bandeiras dependuradas desde o teto. Nesse ponto, nem sei se eu devaneei ou se foi real mesmo, ouvi, ao longe, o toque de um celular "pra frente Brasil, salve a seleção".
Retomei meu almoço.
E fiquei pensando que é muito legal mesmo se preparar para torcer pelo Brasil. Lembrei-me das criancinhas subindo no ônibus que eu pego para ir ao serviço: as gurias com rabicó verde-amarelo, os guris com a mochila do Brasil e o símbolo do Inter ou do Grêmio nas cores da seleção canarinho (a paz entre as torcidas é fato nessa época pré-copa). Recordei também o Mundial de 1994, quando eu ia, escondida da minha mãe, às bancas em frente ao colégio para comprar fitinhas, lacinhos, figurinhas, qualquer que fosse o penduricalho relacionado à equipe brasileira de futebol.
Legal isso, legal mesmo.
Mas agora, que sou adulta, um pouco mais responsável, ajuizada e chata, eu parei o meu almoço para pensar que esse espírito verde-amarelo que paira sobre todos deveria permanecer após o término da Copa. Todos hão de concordar comigo nessa ideia. Mas quem terá coragem de aderir?
Depois da Copa do Mundo, vêm as eleições. Sugiro trocar a bandeira de seu candidato por uma do Brasil. Tá bom, exagerei. Então, quem sabe, carregá-la junto à bandeira de seu candidato? Ir fardado de verde-amarelo à seção de votação? Que tal?
Tudo bem, tudo bem, é só uma sugestão.
***
Mas que seria interessante, seria.
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