segunda-feira, 27 de abril de 2009

Meia culpa, meia própria culpa

"Nunca quis. Nem muito, nem parte. Nunca fui eu, nem dona, nem senhora. Sempre fiquei entre o meio e a metade. Nunca passei de meios caminhos, meios desejos, meia saudade. Daí o meu nome: Maria Metade."

(Mia Couto, o Fio das Miçangas, em "Meia culpa, meia própria culpa")
***

Dona Maria Metade passou a ser fração quando levantou-se do sofá estampado cor-de-rosa, de onde podia ver-se um limoeiro despontando seus frutos no mês de abril.

Foi embora e azedou.

4 comentários:

Lisiane V disse...

uau, tenho que comprar esse livro!
ótimo trecho.
(ok, a tia Simpson aqui enxerga um certo espelho no trecho, mas tudo bem, espelhos polidos pelo Mia, ótimo!)
beijooo

Lola Davi disse...

A outra habitante de Springfield faz dela as palavras da srta Simpson! Exceto por comprar o livro, que não to podendo comprar nem pirulito, dpois vcs emprestam, ô vida besta sô... :-p

Lola Davi disse...

Tere, esse trecho dialoga com o "Quase" do Sá Carneiro, que vc acha? Dá uma espiada: http://lulinlulin.blogspot.com/search?q=S%C3%A1+Carneiro

Manooster disse...

Um pouquinho da obra.. Pra tomar conhecimento.. Adorei o trecho!

Beijos.