terça-feira, 27 de fevereiro de 2007
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007
A nuvenzinha
Era tão lindo vê-la!
Passeando sobre o teu telhado...
Ficavas na janela a adivinhar-lhe
Os formatos
Peixe-bagre, centopéia, um leitãozinho!
E o que mais?
Ela gostava do teu céu
Ficava horas a desfilar, palhacinha
Transformando-se conforme teu sorriso
Espelhando a tua alegria
Naquele branco imenso, de pele feita
De água e ar
Mas um dia ela escureceu
E choveu, choveu
Juntava os baldes d’água e
Chuá! Chuá!
Tu não mais aparecias,
Ela desmanchava-se ainda mais
Se realmente te importasses...
Ah, se te importasses!
Correrias a fechar a janela da tua casa
Teus passos estralariam o piso, apressados
E da janela lhe dirias:
- Não chove, nuvenzinha,
Não estraga o meu carnaval!
Que eu não quero o sol a tostar-me a pele
Mas também não quero chuva
Pra desandar minha fantasia...
Mas não, não se ouvia nada
Só o vazio da casa,
A janela aberta e a água entrando.
E de tanto chover,
Ficou a nuvenzinha tão leve
Que foi arrastada pelo vento
- Não fica mais aí!, dizia-lhe o sopro
E ela foi, cinza, triste
Se foi, se foi
E quando chegaste à janela
Viste o sol, nada mais
A nuvenzinha tinha ido embora
Deixando como marca
Apenas algumas gotas
Na vidraça dos teus olhos.
domingo, 25 de fevereiro de 2007
Entre cães e gatos
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
De tudo
Das poucas coisas vividas:
Um abraço escondido
Um beijo atrás da porta
Um olhar infinito depois do amor
Ficaram apenas as lembranças
Encarceradas na memória
Presas, condenadas
A serem espectros, assombrações.
Dos muitos desejos conjuntos
Uma viagem
Um banho de chuva
Café da manhã, pão e mel
Restou um recusável presente,
Uma liberdade indesejada
E todos os silêncios
Eternos e necessários.
E de um instante
- como na descoberta! -
Fez-se, também, triste,
A despedida.
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
Essa história de mudança na porta de entrada dos ônibus já me estressou o suficiente. Eu nunca sei se tenho que subir pela frente, por trás, se passo ou não passo a roleta. E a confusão se agrava pelo meu estado interessante. Que inferno.
Faz dias que estão me aplicando a história do "desce pela frente, paga a passagem e deixa que eu giro a roleta". Pois eles ficam com a passagem, não giram a roleta e ganham dinheiro por fora. Que desaforo. Então faz uns dias que eu mesma tenho tomado a iniciativa de girar a catraca, só que hoje o palhaço e totalmente mal-educado do cobrador encrencou e disse que não, que ele faria isso no final da viagem. Ha-ha-ha. E eu acredito em papai noel.
Estressezinho à parte, o dia foi tranquilo, sem nada para fazer.
O carnaval será de descanso e de preparativos. Falta só um mês pra chegada do Augusto.
***
A imagem que ficou desta semana foi a de duas pessoas em frente a um sentimento (e que sentimento?)vegetativo, na dúvida entre praticar a eutanásia ou não.
***
Bom carnaval pra todo mundo. Para os que gostam de festas, que se cuidem. Para os que curtem o descanso, relaxem.
E eu volto aí na quarta-feira, instituindo a contagem regressiva.
terça-feira, 13 de fevereiro de 2007
Oiiiiiii
De Umbigo a Umbiguinho
Toquinho
Composição: Toquinho e Elifas Andreato
Muito antes de nascer
Na barriga da mamãe já pulsava sem querer
O meu pequenino coração,
Que é sempre o primeiro a ser formado
Nesta linda confusão.
Muito antes de nascer
Na barriga da mamãe já comia pra viver
Cheese salada, bala ou bacalhau.
Vinha tudo pronto e mastigado
No cordão umbilical.
Tanto carinho, quanta atenção.
Colo quentinho, ah! Que tempo bom!
De umbigo a umbiguinho um elo sem fim
Num cordãozinho da mamãe pra mim.
Muito antes de nascer
Na barriga da mamãe começava a conviver
Com as mais estranhas sensações:
Vontade de comer de madrugada
Marmelada ou camarões.
Muito antes de nascer
Na barriga da mamãe me virava pra escolher
A mais confortável posição.
São nove meses sem se fazer nada,
Entre água e escuridão.
Tanto carinho, quanta atenção.
Colo quentinho, ah! Que tempo bom!
De umbigo a umbiguinho um elo sem fim
Num cordãozinho da mamãe pra mim.
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007
Ninguém merece
"Por falar em Vereadores, hoje está sendo discutido o destino do aterro sanitário da cidade. É engraçado observar como não há um senso planetário de proteção ambiental, tudo é tomado em conta apenas pelo viés político. Se os pensamentos continuarem ilhados, um dia estaremos todos enterrados sob a nossa própria imundície. É lamentável."
A pauta para a reunião de hoje, dia 08.02.2007? Veto a um projeto sobre o aterro sanitário.
Eita, vidinha repetitiva...
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007
Limite
o verde
o morro
o pássaro
a estrada
Aqui
o branco, o corredor, a correria, o vozerio,
o equipamento, os passos, o chamado,
a urgência
A paz
incrustada na paisagem monótona
A dor
latejante nas paredes que circundam a agonia
O suspiro
carregando o lamento
E tudo limitado
por apenas uma janela
um olhar
e o desejo de voar...