quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sobre o medo de monstros

Em noites mal dormidas
fico à espreita,
esperando o monstro surgir debaixo da cama.

Escuto um estalo no teto,
o cachorro uiva na rua e
eu aperto os olhos e espero...

Espero...

Espero...


Enquanto pressinto a mão maldita,
o rugido,
o assovio

Fico a pensar em cada leão que enfrentei durante o dia
e nos fantasmas que vão e voltam
e nos planos que não se materializam
e nas mãos trêmulas
e na garganta seca
e no nó das minhas ideias.

Passam-se muitas horas
e eu levanto-me, espreitando o monstro.

Ligo a luz
Olho no espelho
E não me reconheço.

O monstro sou eu.

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