terça-feira, 27 de julho de 2010

Vivendo e, desta vez, aprendendo

Eu cheguei em casa na segunda e dei aquele abraço no meu filho... Tinha passado o dia fora, então, como já era noite, sentei-me direto no chão para brincar e para saber do seu dia.
E eis que ele, ao ver uma propaganda na televisão de fogõezinhos e panelinhas de brinquedo, me disse:
- Compra um pra mim, mamãe! Compra um fogãozinho pra mim fazer comida pra ti!
Aquilo causou-me espanto. Embora eu tenha dito "ah, que legal, tu vai fazer comida pra mim?", acabei despistando, falando sobre outra coisa.
Como eu fui estúpida.
Mesmo sem saber, estamos inundados de preconceitos. Foi uma situação ridícula aquela. Algo lá no meu inconsciente saltou sobre mim com aquela premissa de que meninos brincam com carrinhos e meninas brincam com panelinhas. A minha reação foi tão involuntária quanto preconceituosa.
Mas, ainda bem, meu raciocínio brilhou. E aí olhei para a minha cozinha de verdade: o Augusto estava copiando seu pai, que fazia a janta, para me ajudar nesta semana que está sendo árdua. Quando eu me dei conta disso, me senti envergonhada. Ainda bem que tive tempo de corrigir.
Então, disse para o Augusto:
- Filho, a mãe não tem como comprar uma cozinha de brinquedo pra ti agora, mas vamos fazer uma, então! Assim, tu também ajuda o papai e a mamãe.
Peguei caixa, tesoura, cola e canetinhas, e lá fomos nós. O fogãozinho teve direito até a portinha frontal para imitar o forno!
Depois de pronto, meu guri "fritou" umas pecinhas de montar, "assou" sua massinha de modelar, serviu minha jantinha e pronto. Guardou tudo e foi brincar de outra coisa. Tudo estava resolvido. A curiosidade dele, saciada. E, dessa vez, eu vivi e aprendi, ao contrário do título deste blog.

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