segunda-feira, 7 de junho de 2010

O lanche

Era para ser um lanche rápido, a preguiça tomando conta no domingo à noite.

Nomeei o menino:

- Tu serás meu ajudante! Não consigo fazer torradas sozinha!

E ensinar a arte de passar a manteiga no pão foi um momento sagrado: minha mão segurando a dele, que apertava com força a "faca perigosa".

Depois, veio a explicação sobre as cores das luzes: a vermelha indica que a torradeira está ligada, a verde sinaliza que está pronto. Uma cadeira serviu de apoio. Sem ela, como enxergar sobre a mesa?

O ajudante subiu, primeiro de joelhos, depois de pé. Ficou incumbido de cuidar as luzes e de me avisar quando tudo estivesse pronto. A mim, coube medir a luzinha de seus olhos brilhando, atentos. E também envovê-lo em um abraço, para evitar desequilíbrio e tombo.

A fome, em qualquer outra situação, ensejaria pressa. O estômago apreensivo discutia com o coração aconchegado. Eu não queria que aquela torrada ficasse pronta nunca. Queria eternizar aquele abraço de olhos, luzes, manteiga e amor.

- Mamãe! Acendeu! Olha! Tá pronto!

O queijo estava derretido, assim como eu. Mas me recompus:

- Se está pronto, então vamos comer!

3 comentários:

Lisiane V disse...

Momento fofura delicinha!
Aposto que foi o melhor lanche dos últimos tempos. Ainda quero provar um!
beijão!!

Angela Dal Pos - Morena de Pintas disse...

Lindo, adorei, quem é mãe entende direitinho do que se trata.
Também gostei dos útlimos textos. Como sempre seu blog continua ótimo. bjinho

Fernanda Maciel disse...

também fiquei igual ao queijo, derretida...dá vontade de ter um também...beijos...