sexta-feira, 7 de abril de 2006

E se eu dissesse que hoje acordei com uma vontade de rasgar-me ao meio, de arrancar-me os cabelos, de partir todos os meus ossos, de atirar-me em frente a um caminhão, o que tu farias? O que tu farias?
Apagarias este incêndio de juízo final que me arde a pele? Baterias à minha porta trazendo-me todas as respostas que faltam? Afugentarias os fantasmas que me rondam?
O que tu farias? O que tu farias?
Enquanto pensas, vou eu quebrando os tijolos do meu muro de proteção, o martelo entre os dedos e os sonhos derramados por terra, todos os sonhos, esses que um dia acalentei e que hoje os quero fuzilados contra a parede.
O que tu farias? O que tu farias?
Sangram-me as feridas, dói-me fundo o estômago, foge-me o sono e meu desespero não verte sobre a terra porque tenho os olhos secos, vítreos.
E tu, o que farias?
Preciso de respostas, preciso de horizontes, preciso amainar a tempestade que sobreveio às minhas idéias.
Preciso.


Teresa, de volta às palavras e às turbulências...

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