Os últimos meses têm sido de uma correria tremenda. E não é desculpa, aquela de sempre, quando eu digo para meus amigos, ou meus irmãos, ou meus pais: "desculpa, não deu tempo de ligar." Nunca estive tão atarefada, e de verdade.
A culminância de todo esse período de intensas atividades no local onde trabalho foi a Sessão de Julgamento de um processo de cassação da Prefeita Municipal. Eu comecei meu expediente às 8 horas da manhã do dia 14 de outubro e só saí do Parlamento às 19 horas do dia 15 de outubro. 35 horas a fio. 35 horas trabalhando. 35 horas. 35.
Ainda não acredito nisso. Mas sobrevivi. Cumpri com esmero a tarefa que me cabia.
E vi cenas bastante comovedoras. Embora toda a pressão política, embora toda a questão polêmica, foram 35 horas de convívio e isso foi o que mais me marcou. Ao final de tudo, todos nós sentimos fome, comemos uma bolachinha, ficamos com os olhos inchados de sono, sentimos dor nas pernas, cochilamos em momentos impróprios, vimos o anoitecer, o amanhecer, e mais um anoitecer dentro da Câmara Municipal. Houve quem sentisse frio, quem sentisse calor, quem sentisse a pressão alta, quem sentisse formigamento nas pernas, e houve quem cantou, quem riu, quem ficou sério, quem não disse nada, quem disse muita coisa. Não importa se era Parlamentar, funcionário, assessor, ouvinte. Todos participamos de um momento histórico da cidade.
Ao fim e ao cabo, independente do resultado, foi um momento muito marcante para mim, pela experiência de vida que me proporcionou.
Como ponto negativo, apenas dois fatos: o de ouvir meu filho me dizendo: "tô com dor de barriga, de tanto tu trabalhar", e fato de ter passado longe do César justo o dia de seu aniversário, 14. Aos dois, minhas desculpas.
E aos demais colegas de jornada, meus agradecimentos pela parceria.